Com impressoras 3-D, UFC produzirá EPIs e materiais de saúde para hospitais do Ceará; projeto recebe doações
Data da publicação: 31 de março de 2020 Categoria: NotíciasPara auxiliar no combate ao novo coronavírus, a Universidade Federal do Ceará produzirá equipamentos de proteção individual (EPIs) e materiais de saúde para os hospitais do Estado do Ceará, utilizando impressoras 3-D. Para isso, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PRPPG) da UFC, por intermédio da Coordenadoria de Inovação Tecnológica (UFCInova), realiza um levantamento da quantidade de impressoras do tipo disponíveis na Instituição e das que podem ser cedidas por membros da comunidade universitária ou demais interessados. A Universidade já dispõe de oito impressoras em pleno funcionamento para a confecção do material.
Os responsáveis pela guarda das impressoras pertencentes à UFC devem contatar a UFCInova para viabilizar o acesso aos equipamentos e insumos disponíveis nos laboratórios. O contato deve ser feito por meio de formulário eletrônico elaborado pelo Grupo de Redes de Computadores, Engenharia de Software e Sistemas (GREat) da UFC, que está contribuindo na organização e na realização dessas ações. Para quem é da comunidade externa à UFC e está interessado em colaborar, deve preencher o formulário eletrônico da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (SECITECE).
A iniciativa ocorre em parceria com a Procuradoria-Geral do Estado do Ceará (PGE) e a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado (SECITECE), por meio do Projeto CriarCE Fablab & Incubaworking. A Universidade será incubida de produzir os EPIs utilizando impressoras e pesquisadores próprios. Em contrapartida, a CriarCE fornecerá uma parte dos insumos e realizará trabalhos de logística (distribuição dos EPIs para os hospitais do Estado) e de manutenção e conserto dos dispositivos providos pela Universidade.
O procurador do Estado, Vicente Braga, explica que, devido “à grande escassez de EPIs para os profissionais da saúde”, a intenção é, junto com a UFC, “construir uma rede de impressoras 3-D que permita suprir a necessidade de face shields”, principalmente. Os face shields são protetores faciais que protegem o rosto inteiro do profissional de respingos de produtos químicos e de materiais potencialmente infecciosos.
Em virtude da alta demanda, são necessárias muitas impressoras desse tipo, além de materiais para a produção. O procurador destaca que todos os que possuem o equipamento, mesmo que não façam parte da UFC, podem ajudar. Também é possível contribuir disponibilizando máquinas de corte a laser ou plotter capazes de cortar acetato de 0,5 mm ou dinheiro para aquisição de insumos para a produção. As doações financeiras podem ser depositadas na conta da Associação dos Procuradores do Estado do Ceará (APECE), disponível no site da instituição.
Na UFC, o projeto de angariação de impressoras e insumos é coordenado pelos professores Danielo Gomes, docente do Departamento de Engenharia de Teleinformática, e Ismayle Santos, pesquisador do GREat; e pela coordenadora de Inovação Tecnológica (UFCInova), Ana Carolina Matos. A UFCInova também está articulando outras formas de colaboração com a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará.
A PRPPG convoca ainda pesquisadores e técnicos da Universidade para auxiliar nas medidas de combate ao vírus. Também serão avaliadas iniciativas de departamentos e cursos que desejem fornecer ajuda com base em projetos alicerçados em seus respectivos conhecimentos teóricos e técnicos.
RESPIRA BRASIL – O Prof. Wagner Al-Alam, coordenador do Curso de Engenharia de Computação do Campus da UFC em Quixadá, entregou nessa segunda-feira (23), ao Hospital Geral Dr. César Cals, em Fortaleza, os primeiros EPIs produzidos por impressora 3-D para teste de validação. Os equipamentos foram produzidos na impressora particular do professor. A ação foi realizada em parceria com Pedro Rela, incentivador do projeto de impressão 3-D de equipamentos de saúde no Ceará. No momento, a segunda remessa de equipamentos já está em produção.
A iniciativa é realizada em parceria com um grupo de proprietários de impressoras 3-D no Ceará, em auxílio ao projeto nacional Respira Brasil. O professor destaca que além dos EPIs produzidos por ele, outros participantes do grupo já estão confeccionando novos materiais, que serão distribuídos para os demais hospitais do Estado. Entre os principais produtos fabricados estão os face shields.
Wagner Al-Alam explica que “a comunidade de impressão está trabalhando desde a semana passada na viabilização de equipamentos que possam auxiliar na produção de EPIs ou de utensilios para ventiladores mecânicos usados em hospitais”. Segundo ele, as atividades são organizadas por grupos de WhatsApp formados pelos proprietários dos dispositivos de impressão e também por profissionais de prototipagem e de manutenção desses aparelhos.
ANVISA – Para viabilizar a produção, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por meio da Resolução RDC nº 356, de 23 de março de 2020, autorizou, excepcionalmente, a fabricação de máscaras, face shields e outros produtos para saúde por hospitais e empresas, sem a necessidade de exigências sanitárias administrativas, como alvará, autorização de funcionamento e cadastro, por 180 dias.
Fonte: Ana Carolina Matos, coordenadora de Inovação Tecnológica da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da UFC – e-mail: carolmatos@ufc.br